João Francisco dos Santos, o "Dão", acusado da morte do radialista F. Gomes, assumiu a culpa do crime, mas negou o envolvimento de outras pessoas. "Lailson não participou e ninguém mais participou", disse Dão, se referindo a Lailson Lopes, o "Gordo da Rodoviária", acusado a ser o mandante do crime. "Não estou pedindo para me absolverem, porque sei o que fiz. Não vou pedir que me perdoem, porque se fosse comigo não perdoaria", afirmou durante o depoimento. Mais cedo, Ana Santana, a ex-mulher de Dão, falou que ele teria sido ameaçado para confessar outros envolvidos no crime. "Era para ele dizer se tinha mais alguém envolvido, ou aconteceria alguma coisa comigo", explicou Ana.
O depoimento do acusado começou após 15 testemunhas do caso terem falado no juri. Interrogado pelo juiz Luiz Cândido Vilaça, Dão detalhou o crime e afirmou ter disparado em F. Gomes pensando que o radialista estava atirando contra ele. "Alguém atirou em mim. Pensei que tinha sido F. Gomes. Atirei nele, mas depois percebi que não era ele que tinha atirado. Então fui embora", relatou Dão, que ainda afirmou que o homem que teria atirado nele está no fórum onde acontece o julgamento, mas se recusou a identificá-lo. "A polícia sabe quem atirou e por isso abafou o caso. Eles sabiam que isso ia prejudicar mais gente, além de mim", afirmou.
Segundo o acusado, a vítima o perseguia desde 2007, quando ele tentou matar o filho de um amigo do radialista. "Quando eu estava na DP, ele pedia a minha preventiva, em 2007, dizendo que eu não deveria viver na sociedade", disse.
Sobre o depoimento apresentado ao juri pelo delegado Márcio Delgado, que conduziu as investigações no começo, o acusado disse que é falso. "Delgado faltou com a transparência. Ele me deu quatro folhas para assinar, assinei depois de ler as duas primeiras. Quando chegou aqui, o depoimento que ele apresentou não foi o que eu dei", explicou. Para Dão, o delegado forjou o depoimento em que ele confessava ter recebido dinheiro de um consórcio para matar F. Gomes.
*Tribuna do Norte via NPRN.
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