Neste domingo, 13, às 5h da manhã
em Brasília (10h em Roma), a soteropolitana Maria Rita de Sousa Brito Lopes
Pontes, conhecida como Irmã Dulce, torna-se a primeira santa nascida no Brasil
reconhecida pela Igreja Católica. Ela se torna a Santa Dulce dos Pobres.
A canonização ocorre nove anos
após o colegiado de cardeais e bispos da Congregação para a Causa dos Santos,
da Cúria Romana, atestar o primeiro milagre atribuído à Irmã Dulce descrito no
processo de beatificação da religiosa iniciado pela Arquidiocese de São
Salvador da Bahia. A decisão do colegiado é baseada em avaliação de peritos de
saber científico (como médicos) e teólogos.
O milagre que levou à
beatificação foi a intercessão da freira, a pedido de orações de um padre, para
salvar a vida de uma mulher que deu à luz a um menino e estava desenganada por
causa de uma hemorragia depois do parto, que os médicos não conseguiam conter.
O caso ocorreu nove anos após a morte de Irmã Dulce (2001), em uma cidade do
interior de Sergipe.
Para a canonização, a
Constituição Apostólica exige a comprovação de um segundo milagre e semelhante
ritual processual e comprobatório. A segunda graça, conforme publicado pela
Arquidiocese de Salvador, foi a recuperação da visão do músico e maestro José
Maurício Bragança Moreira, após 14 anos sem enxergar por causa do glaucoma.
Ele, inclusive, vai se apresentar durante a cerimônia de canonização de Irmã
Dulce, junto com a cantora Margareth Menezes e o sanfoneiro Waldonys. A cerimônia será transmitida pela Rede Globo
(5h), TV Aparecida (5h15) e pelo canal a cabo GloboNews (4h30).
“Eu fui paciente de glaucoma
muito grave que me cegou durante 14 anos. No dia do milagre, 10 de dezembro de
2014, o meu coral ia cantar, mas a minha esposa nem me deixou sair de casa por
causa do derrame que eu tive nos olhos devido a uma conjuntivite viral. Eu
passei a noite sem conseguir dormir e por volta das 4h eu peguei a imagem de
Irmã Dulce, que fica na cabeceira da minha cama, a coloquei nos meus olhos e
pedi que ela aliviasse a minha dor”, descreve Moreira em relato publicado pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
De acordo com o músico, após
colocar o santinho impresso sobre os olhos, sentiu sono e adormeceu. “Quando eu
acordei de manhã, a minha esposa me deu umas compressas de gelo e foi quando eu
comecei a enxergar o gelo e a ver a minha mão, e aos poucos a visão foi
voltando. O momento que começou o retorno da visão foi pouco tempo depois da
oração. É um milagre”, afirma. Após o reconhecimento do milagre pela Igreja, o
Papa Francisco anunciou a canonização de Irmã Dulce.
Junto com a santa brasileira,
serão canonizados os beatos John Henry Newman (1801-1880), cardeal, fundador do
Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini, Madre Josefina
(1859-1911), italiana, fundadora das Filhas de São Camilo; a Maria Teresa
Chiramel Mankidiyan (1876-1926), indiana, fundadora da Congregação das Irmãs da
Sagrada Família; e Margherita Bays (1815-1879), suíça, da Ordem Terceira de São
Francisco de Assis.
A primeira missa em honra à Santa
Dulce dos Pobres ocorrerá em Roma na igreja San’t Andrea della Valle, segunda-feira
(14), 24 horas depois da canonização. No dia 20 de outubro, domingo, em
Salvador, haverá a celebração pela canonização da Santa. Será no estádio de
futebol Arena Fonte Nova, com abertura dos portões ao meio-dia. Os ingressos
gratuitos estão à disposição nas diversas paróquias da Arquidiocese de Salvador
e começaram a ser distribuídos no início deste mês.
Durante todo o sábado, o
Santuário de Irmã Dulce, em Salvador, recebeu milhares de fiéis que rezavam em
homenagem a então beata. O santuário,
que foi reinaugurado neste fim de semana, permanecerá aberto durante toda a
madrugada de domingo para a vigília à espera das canonizações que o Papa
Francisco presidirá no Vaticano.
Via Robson Pires.
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