Prestaram depoimento na Justiça
nesta segunda-feira (10) os dois delatores da operação Dama de Espadas, que
apurou desvio de R$ 4,4 milhões da Assembleia Legislativa do Rio Grande do
Norte, através de pagamento de servidores fantasmas por meio de cheques
salários. Atualizados, os valores chegariam a R$ 9,3 milhões.
A ex-procuradora da Assembleia,
Rita das Mercês, e o filho dela, Gutson Reinaldo, que são réus e fecharam
acordo de delação premiada, prestaram depoimento durante todo dia. Ela, pela manhã
e ele, pela tarde, no Fórum Miguel Seabra Fagundes, Zona Sul de Natal. Os dois
confirmaram tudo o que disseram nas delações.
Rita das Mercês reafirmou que o
atual governador do Estado, Robinson Faria, lhe pedia que o esquema de
fantasmas lucrasse, pelo menos, R$ 100 mil por mês, entre 2006 e 2010. Faria
ocupava à época a presidência da Casa Legislativa potiguar.
Ela disse ainda que retirava para
si a quantia de R$ 2 mil mensais. A ex-procuradora falou que não tinha
quantidade fixa de funcionários fantasmas. O quantitativo desses servidores que
não trabalhavam, incluídos por ela indevidamente na folha de pagamento,
dependia da quantia de dinheiro que era pretendida pelos participantes do
esquema. O somatório dos salários tinha que ser igual ao montante.
Em seu depoimento à Justiça,
Gutson Reinaldo disse que ele era responsável por arrecadar parte dos salários
dos funcionários dessa folha de fantasmas, e esse dinheiro seria destinado a
agentes políticos. Gutson também afirmou novamente que depois da operação Dama
de Espadas chegou a ser ameaçado e que até hoje tem medo.
O delator reafirmou em juízo que,
no início da operação, foi procurado por duas pessoas que ofereceram vantagens
em troca do silêncio dele. Uma delas ofertou R$ 50 mil e estaria a mando do
então presidente da Assembleia, Ricardo Motta.
*Via Blog do JP.
Nenhum comentário:
Postar um comentário