“O IFRN é um presente” - é assim
que a Instituição é definida por Lívia Ellen Oliveira Rodrigues, aluna do 2º
ano do Curso Técnico Integrado em Alimentos do Campus Pau dos Ferros do IFRN. A
estudante de 16 anos tem uma rotina movimentada, incluindo o trânsito entre
três municípios ao longo da semana: durante o dia, está em Pau dos Ferros, à
noite mora com duas tias, em Alexandria (RN), e, por fim, aos finais de semana,
viaja para a Zona Rural Xique-Xique, no município de Pilões, para ficar com a
mãe. “Eu sempre quis dar uma vida melhor para minha mãe”, conta.
Lívia faz parte dos mais de 16
mil alunos matriculados no Instituto que recebem auxílio e assistência social.
“Logo quando eu entrei, em 2018, eu tentei [uma bolsa do Programa de Apoio à
Formação Acadêmica] porque não teria condições de me manter no curso”, relata.
Há um ano, ela atua na Biblioteca do Campus, no turno matutino, auxiliando com
as atividades administrativas e recebendo a bolsa de apoio: “é muito bom, em
todos os aspectos. Ajuda financeiramente, no desenvolvimento profissional, faz
com que você cresça como ser humano. Se todos os campi tivessem as condições de
ter mais bolsas, porque, infelizmente, não têm, seria muito bom, porque tem
muita gente que precisa”, afirma.
Iniciativa que muda vidas
A estudante sente que, por meio
da experiência na Biblioteca, está sendo preparada para o mundo de trabalho, e
avalia o fato como muito importante, também, para a sua vida pessoal: “quando
eu entrei aqui no IFRN, eu tinha crises de ansiedade e cheguei a ter depressão,
e a bolsa foi como uma válvula de escape para mim. Eu sempre procurei tratar as
pessoas bem. Aprendi a ser mais responsável, organizada, a ter mais cuidado, a
valorizar mais o estudo e, acima de tudo, eu venho crescendo como ser humano e
como profissional. Sou muito grata por esta oportunidade”, diz. Lívia também já
foi atendida pelos serviços médico, nutrólogo e psicológico do Campus.
“Eu sempre disse que um dia minha
mãe teria orgulho de mim, e eu consigo ver em seus olhos que sou, não só para
ela, mas para todos”, afirma, orgulhosa. “Não é fácil ficar longe dela, bate
saudade e, às vezes, sinto vontade de desistir”, conta. Para afastar esse
pensamento, Lívia procura sempre se conscientizar do quão realizada, em todas
as áreas, ela é: “lembro-me que, quando era criança, meu sonho era ter um
emprego. Sou da roça, sei o que é passar necessidades, e, hoje, essa ajuda me
permite ter uma segurança financeira melhor”, relata. A jovem já tem em mente
que a carreira a ser seguida é no ramo da docência: “quero ser professora e
levar ao mundo que podemos mudar a situação atual com a educação”, conclui.
Assistência estudantil
Conforme o Relatório de Gestão
2018, dos 40.178 estudantes matriculados no IFRN, 92,4% possuem renda familiar
percapita menor que um salário mínimo e meio, apresentando perfil para inclusão
nas ações de assistência estudantil. Nesse contexto, no último ano, houve um
aumento de 7% entre os alunos atendidos por programas de assistência, sendo 11
mil atendimentos de saúde, 4.400 auxílios moradia e de transporte e 1.323 bolsas
de apoio à formação estudantil em 2018.
Um dos resultados foi o aumento
de 11% no Índice de Permanência e Êxito dos Estudantes, sendo um dos maiores
apresentados pela Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do país.
Lívia também é beneficiária auxílio alimentação. Com o auxílio, ela tem acesso
a refeições na escola todos os dias, sem se preocupar em comprar ou buscar em
sua cidade, que fica cerca de 46,5 km de Pau dos Ferros.
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