O Monitor da Seca de agosto,
divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, alerta que em
agosto deste ano, em comparação a julho, a área com seca se expandiu em uma das
21 unidades da Federação. No Rio Grande do Norte, o agravamento da estiagem com
o aumento da área com seca grave, subiu de 38% para 52% do estado. Essa é a
pior condição dentre os estados nordestinos.
Em 12 estados, 100% de seus
territórios registraram seca em agosto: Bahia, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Exceto o DF, que não teve registro de
seca no último mês, as demais oito unidades da Federação acompanhadas pelo
Monitor apresentam entre 56,5% e 98,2% de suas áreas com o fenômeno, sendo que
para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com
seca.
Em termos de severidade do
fenômeno, 14 estados tiveram uma intensificação da severidade da seca em julho:
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, São Paulo e Tocantins. Nos casos de Goiás, Mato Grosso, Rio de
Janeiro e São Paulo; foi verificada a situação de seca mais severa no histórico
de cada um deles no Monitor.
A região entre o noroeste
paulista e o Triângulo Mineiro é a única com seca excepcional – a mais severa
na escala do Monitor. Com isso, São Paulo e Minas Gerais são as duas unidades
da Federação com seca excepcional respectivamente em 14,83% e 2,74% de seus
territórios.
Em Alagoas, Ceará e Rio de
Janeiro a severidade do fenômeno se manteve estável entre julho e agosto. Por
outro lado, Bahia, Espírito Santo e Sergipe tiveram abrandamento da situação de
seca, enquanto o DF segue sem o fenômeno desde fevereiro.
No Nordeste aconteceu o avanço da
seca grave no Rio Grande do Norte e da seca moderada no leste do Maranhão e
oeste do Piauí, devido à piora nos indicadores do fenômeno. Por outro lado,
devido às chuvas acima da média nos últimos meses, houve um recuo da seca
moderada em parte do litoral baiano e da seca fraca no leste pernambucano.
No Sudeste, devido à persistência
de chuvas abaixo da média, as secas extrema e excepcional – as mais severas da
escala do Monitor – avançaram no norte e noroeste de São Paulo e no Triângulo
Mineiro. Além disso, o Monitor registrou o agravamento da seca em parte do
norte mineiro, onde passou de moderada para grave.
Devido às chuvas abaixo da média e à piora nos indicadores, na região Sul a área com seca extrema aumentou entre o oeste catarinense e o noroeste do Rio Grande do Sul. Também aconteceu o avanço da seca grave no oeste do Paraná, da seca moderada no oeste gaúcho e da seca fraca no leste catarinense. Por outro lado, em razão das chuvas acima da média e da melhora nos indicadores, as áreas com secas moderada e fraca recuaram no litoral do Paraná. Além disso, em agosto os três estados do Sul completaram um ano de presença no Mapa do Monitor.
Já no Centro-Oeste, devido à
piora nos indicadores, aconteceu um avanço da seca extrema no sul de Goiás e da
seca grave no sul de Mato Grosso do Sul, além do aumento da área com seca
moderada em Goiás e Mato Grosso. Em Tocantins, único estado do Norte
monitorado, devido às chuvas abaixo da média e à piora nos indicadores, houve o
avanço da seca grave no noroeste e da seca moderada no sudoeste do estado.
O Monitor realiza o
acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em
indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os
impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis
meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem
sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à
seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo
aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis
com os sistemas Android e iOS.
Com uma presença cada vez mais
nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove
estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do
Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão
continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.
O Monitor de Secas é coordenado
pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido
conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas
de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. Por
meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas nos 20 estados e no
Distrito Federal a cada mês vencido.
O projeto tem como principal
produto o Mapa do Monitor, construído mensalmente a partir da colaboração dos
estados integrantes do projeto e de uma rede de instituições parceiras que
assumem diferentes papéis na rotina de sua elaboração.
A metodologia do Monitor de Secas foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.
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