EGO
Dilacerado, chocado
com tantas desgraças
e, coisas boas, nada?
Ah! Aquela imagem!
Da criança jogada,
estocada na imensidão equórea,
como se fosse um dejeto qualquer,
sem vida, luz, nada...
A imagem não sai,
pois ficou investida, refletida nas retinas,
já que estas estão ofegantes
diante da barbárie da especie carnificina.
E, eu faço o quê? Nada.
É apenas mais uma
que me consume, dilui
como o canto dos pássaros.
Mas, fica a desgraça como marca.
E esta continua,
frui e ninguém faz nada.
Quanto vale o sonho, a vida,
que se vivida,
é uma dádiva?
Lá, praticamente nada,
pois as pessoas estão fugindo,
investindo no abismo
sem, ao menos, saber,
se escapam?
Ir ou não ir,
eis a questão.
Porém, onde estão os cidadãos,
a vida não vale nada.
Diante do fato,
o quê o simples poeta
pode dizer,
apenas rezar,
ser machucado
com sua gravidade!
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