Professora Débora Seabra Araújo (D) tira fotos no Plenário da Alerj (Foto: Gabriel Barreira/G1). |
A professora Débora Seabra
Araújo, a primeira com síndrome de Down a lecionar no país, é homenageada nesta
segunda-feira (21) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Ela
será agraciada com a Medalha Tiradentes, maior honraria concedida pela Casa.
Débora Araújo foi uma reportagem do Fantástico, em 2013. Dos bancos escolares em Natal, no Rio
Grande do Norte, onde nasceu, descobriu sua paixão: dar aulas. Formou-se e
passou a lecionar no ensino fundamental.
Neste ano, Débora voltou aos holofotes.
Não pela superação, mas pelo preconceito. A desembargadora Marília Castro Neves
Vieira, a mesma que divulgou "fake news" sobre Marielle Franco,
opinou sobre a professora.
"Poxa, pensei, legal, são os
programas de inclusão social... Aí me perguntei: o que será que essa professora
ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto,
tá?", escreveu a juíza em uma rede social.
A professora, que já atuou em
duas peças e sonha se tornar escritora de fábulas inclusivas, respondeu em uma carta.
"(...) Eu ensino muitas
coisas para as crianças. A principal é que elas sejam educadas, tenham respeito
pelas outras, aceitem as diferenças de cada uma, ajudem a quem precisa mais.
(...) O que eu acho mais importante de tudo isso é ensinar a incluir as
crianças e todo mundo pra acabar com o preconceito porque é crime. Quem
discrimina é criminoso", escreveu a professora.
Dias depois da repercussão, com
processos já abertos no Conselho Nacional de Justiça em acusações de injúria,
Marília se desculpou. Em nova carta na web, se disse arrependida.
Em 2015, Débora recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro. O prêmio é promovido pela Comissão de Educação da
Câmara dos Deputados, que elege todos os anos três pessoas – físicas ou
jurídicas – consideradas exemplos no desenvolvimento de ações educativas no
país.
Do G1 RN.
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