Provas recolhidas nos homicídios foram levadas para Central de Polícia em João Pessoa — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco. |
Torcedores do Botafogo-PB
registraram queixa na Central de Polícia de João Pessoa denunciando que foram
agredidos pela Polícia Militar do Rio Grande do Norte antes da partida do
Campeonato Brasileiro da Série C em Ceará-Mirim, a 28 km de Natal. De acordo
com os boletins de ocorrência, os torcedores paraibanos informaram que foram
vítimas de repressão policial sem ter envolvimento com a tentativa de entrar
sem pagar no estádio Manoel Dantas Barreto, conhecido como Barretão, local da
partida entre Globo-RN e Botafogo-PB.
Um torcedor do Botafogo-PB morreu no sábado (10) no Hospital Percílio Alves, em Ceará-Mirim, após, segundo
informações da família, ter sido espancado por policiais militares do Rio
Grande do Norte. De acordo com parentes, Eduardo Feliciano Justino da Silva, de
26 anos, tentou pular o muro do estádio para assistir ao jogo sem pagar, mas
foi detido e espancado pela Polícia Militar. Ele foi levado para o hospital,
mas não resistiu e morreu. O velório do torcedor começou no domingo, no bairro
do Geisel, em João Pessoa, onde morava e o sepultamento deve acontecer nesta
segunda-feira (12)
O G1 tentou entrar em contato com
assessoria da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, mas as ligações não foram
atendidas. Sobre o caso da morte de Eduardo Feliciano, a corporação afirmou que
deverá se pronunciar oficialmente sobre o caso após a investigação que será
feita pela Polícia Civil.
Conforme registros na Polícia
Civil da Paraíba, o torcedor Ricardo da Costa Rodrigues informou às autoridades
paraibanas que foi retirado do estádio Barretão pela PM do Rio Grande do Norte,
juntamente com sua companheira, mesmo tendo pagado ingresso. Ainda de acordo
com o torcedor, ele foi agredido com chutes e cacetadas, sendo obrigado a ficar
o jogo inteiro dentro do carro da PM, onde seguiu sofrendo agressões físicas.
Após o término da partida, os
policiais liberaram o torcedor, juntamente com outros torcedores detidos pela
PM. A orientação foi de que todos subissem nos ônibus e retornassem a João
Pessoa. Ricardo da Costa Rodrigues informou que a PM em nenhum momento levou os
detidos à delegacia.
No Boletim de Ocorrência
registrado na Polícia Civil da Paraíba consta que o torcedor apresentava marcas
de espancamento nas costas, olho, cabeça e braços. Ainda de acordo com o
registro, o torcedor pretendia fazer exame de corpo de delito para acionar
criminalmente no Rio Grande do Norte seus agressores.
Outro torcedor que registrou
queixa, Douglas Pereira de Araújo, informando que foi detido pela Polícia
Militar do Rio Grande do Norte durante a repressão aos torcedores que invadiram
o estádio Barretão após pular o muro. O torcedor também passou por exames de
corpo de delito.
Do *G1 RN.
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