LÍDERES ESTRNGEIROS TERÃO DIA DE NEGOCIAÇÕES SOBRE POLÊMICAS DO DOCUMENTO FINAL DA RIO+20
Rio de Janeiro – Os cerca de 100 chefes de Estado e Governo reunidos
na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20, mantêm hoje (21) uma série de discussões em mesas-redondas sobre
o documento final a ser anunciado por eles amanhã. A exemplo de ontem,
vários presidentes e primeiros-ministros discursarão. O pronunciamento
do presidente de Cuba, Raúl Castro, é um dos esperados.
Pela tradição das conferências, os líderes se reúnem em quatro
grandes debates, em busca de fechar um consenso sobre o documento final,
que nos últimos dias dividiu os negociadores dos países em
desenvolvimento e desenvolvidos e gerou muita polêmica. Mas o texto não
será modificado, mesmo diante de críticas e apelos. A tendência, segundo
os negociadores, é acrescentar, mas sem a possibilidade de exclusão de
itens ou de alteração de conteúdo.
Inicialmente, houve uma expectativa de que a versão preliminar,
concluída anteontem (19), pudesse ser modificada. Mas o secretário
executivo da delegação do Brasil na Rio+20, embaixador Luiz Alberto
Figueiredo Machado, descartou a hipótese.
Segundo Figueiredo, as 30 recomendações encaminhadas pela sociedade
civil serão analisadas pelos líderes políticos, mas eventuais mudanças
no documento final só ocorrerão daqui a três meses. Reunidos em dez
painéis, os integrantes da sociedade civil examinaram os temas-chave do
desenvolvimento sustentável, como água, energia, oceanos, novos padrões
de consumo, produção e erradicação da pobreza e da fome.
Na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em
setembro, será criado um fórum para debater as propostas da sociedade
civil e as sugestões que foram excluídas do texto final. O embaixador
lembrou que a criação do fórum foi estabelecida no documento final.
Os chefes de Estado e Governo retomam os debates hoje em meio às
cobranças da presidenta Dilma Rousseff para que os países desenvolvidos
cooperem com o desenvolvimento sustentável e apoiem os investimentos,
sem rejeitar as propostas alegando dificuldades decorrentes da crise
econômica internacional.
Paralelamente, alguns líderes políticos e organizações não
governamentais (ONGs) exigem mudanças no rascunho do texto alegando que,
como está, ele não atende às suas demandas. As queixas envolvem
principalmente a ausência específica de repasses financeiros, a
transformação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma)
em organismo autônomo e a ampliação da regulação das águas
internacionais.
Edição: Graça Adjuto
Renata Giraldi e Carolina Gonçalves
Enviadas Especiais
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