Para muitos gestores municipais, sobretudo do Nordeste, o ano de 2017 foi marcado por inúmeros desafios em virtude das gravíssimas crises política, econômica e hídrica que assolaram o Brasil.
Diante deste cenário adverso, muitos dos atuais prefeitos que se elegeram prometendo "mundos e fundos" para chegar ao poder perceberam, logo nos primeiros meses de 2017, que o "abismo" entre o discurso fácil e a realidade implacável estava além do que a vista alcançava.
Além disso, também tornou-se evidente para a população dos municípios que a "choradeira" de muitos ex-gestores não se tratava apenas de uma 'murmuração com objetivações eleitoreiras', mas, sim, a dura constatação de um cenário de quase abandono imposto pela União às prefeituras.
No caso dos municípios potiguares a situação ficou ainda mais complicada já que, diante das inúmeras notícias dando conta de um "Estado quebrado", restaram poucas alternativas aos novos prefeitos, principalmente, no sentido de adquirir recursos que pudessem garantir um primeiro ano de mandato à altura do que foi prometido nos palanques.
Talvez, por essa razão, em algumas cidades o simples fato de um prefeito ter conseguido manter a folha de pagamento dos servidores em dia tenha sido encarado como um "grande feito", algo que no passado era visto como uma mera obrigação institucional.
Diante dos fatos narrados acima, creio que a preocupação por parte dos gestores municipais com a manutenção da popularidade em alta perante os seus munícipes para este ano de 2018 seja uma meta a ser perseguida obsessivamente, até porque em outubro teremos a realização de eleições para cargos importantes e, obviamente, nenhum prefeito desejará ver os seus candidatos suplantados nas urnas, o que, indubitavelmente, colocaria em xeque o futuro político de qualquer gestor.
Acontece que, enquanto os problemas ligados à estiagem e a escassez de recursos persistirem, fica difícil imaginar que os novos prefeitos consigam manter o clima de "lua de mel" constante com a população, ainda mais nesses tempos de incredulidade e falta de paciência dos eleitores para com a classe política.
Restará aos gestores ficar na torcida pelas mudanças climáticas e econômicas tão aguardadas e que, certamente, contribuirão para uma mudança drástica e positiva de cenário.
A julgar pelo que estamos vendo e ouvindo... já tem muito prefeito fazendo figa por aí!
Fonte: Política Pauferrense.
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